• Entre em contato
  • Como chegar
  • Apresentação
    • O Departamento
    • Missão, Vocações e Visão
    • Histórico
    • Administrativo
    • Entre em contato
    • Como chegar
  • Membros
    • Corpo Docente
    • Corpo Técnico / Administrativo
  • Ensino
    • Graduação
    • Pós-graduação
  • Cultura e Extensão
  • Pesquisa
    • Grupos de Pesquisa
    • Boletins Técnicos
  • Notícias
    • PME na imprensa
    • Artigos de Professores
    • Prêmios
  • Eventos
  • Oportunidades
    • Graduação
    • Pós-Graduação
    • Pós Doutorado
Notícias do PME
Resultado da eleição para Representantes dos Funcionários junto ao CD
Representantes dos Funcionários no Conselho do PME
Automotiva
Poli-USP e UFABC realizam simpósio internacional sobre os desafios da produção de veículos elétricos e autônomos
SPSCHOOL

Motorista brasileiro: o otário preferido

Posted On 10 jan 2015
By : admin
Comment: 0

Alguém lembra do “kit de primeiros socorros”, que todo carro foi obrigado a ter há alguns anos atrás? Foi uma festa de lucros para os seus fabricantes, mas a coisa era tão escandalosamente inútil (não era necessário para pequenos ferimentos, e era inútil para qualquer ferimento maior) que o bom senso prevaleceu e a lei não durou muito tempo.

Entretanto, um outro “conto do vigário”, tão inútil e tão lucrativo para os respectivos fabricantes como aquele “kit”, permanece vivo: o do “extintor de incêndio veicular”. Trata-se de mais uma “jabuticaba” – só existe no Brasil. Nenhum outro país exige esse acessório, por razões óbvias: é desnecessário para pequenos focos de fogo (que podem ser apagados por simples abafamento), e insuficiente e inútil para incêndios maiores. Essa inutilidade já foi declarada por entidades técnicas no Brasil, mas ninguém levou isso em conta. Note-se que o extintor é até mais lucrativo que aquele “kit de primeiros socorros”, pois exige manutenção e trocas periódicas, regiamente cobradas, o que não acontecia com o “kit”. Agora, com desfaçatez impressionante, anuncia-se mais um passo na exploração do motorista: a obrigatoriedade de trocar todos os extintores antigos (e pagar caro) por um “novo modelo” a partir de 2015.

É verdade que quem compra carro no Brasil já é visto como otário, por estrangeiros: paga-se, em muitas prestações, cerca de duas vezes mais do que o preço do mesmo modelo em outros países, notadamente nos Estados Unidos ou na Europa. Para proteger esse esquema, os carros importados são enormemente taxados, e todos acham isso normal.

Mas a exploração do motorista brasileiro não fica só nisto, nem é de agora. Alguém lembra da “plaqueta”, uma plaquinha de metal com o ano corrente que era rebitada sobre a placa traseira do veículo, e que precisava ser trocada todo ano no licenciamento, sendo também (obviamente) cobrada? Essa plaqueta não existe mais, porém outros esquemas tão ou mais lucrativos continuam aparecendo. Periodicamente, os modelos das placas são trocados, obrigatoriamente. Entre 1941 e 1969 eram seis números, passou para duas letras e quatro números entre 1969 e 1990, e de lá até hoje são três letras e quatro números. Todos os proprietários tiveram que trocar as placas dos seus veículos nessas ocasiões, e pagar por isso. Depois vieram as “placas refletivas”, mais caras. O próximo passo na exploração do motorista brasileiro já foi dado: os jornais informam que todos terão que adotar o “modelo Mercosul” a partir de 2016. Os fabricantes de placas já estão felicíssimos, comemorando mais esta conquista.

É impressionante a criatividade para encontrar novas formas de “bullying” a serem aplicadas aos motoristas. Em São Paulo, noticiou-se que a velocidade máxima atual de 90 km/h será reduzida “por causa dos acidentes ocorridos nas madrugadas devido a “rachas”. Ora, esses acidentes (em rachas!) já não ocorreram em velocidades muito superiores ao limite de 90 km/h? De que vai adiantar reduzir esse limite? O fato é que, com os modernos radares atuais, é fácil flagrar qualquer veículo em velocidade superior à permitida, e baixar o limite (especialmente nas marginais de São Paulo) vai aumentar significativamente a arrecadação de multas sem maiores esforços nem investimentos. Mais uma maneira de arrancar dinheiro do motorista. Na mesma linha, noticiou-se que os limites de velocidade nas vias centrais de São Paulo (normalmente congestionadas) também serão reduzidos, para “proteger aqueles mais vulneráveis no trânsito, como pedestres e ciclistas”. Só que impactos com velocidade de 10 km/h (mais do que a de uma pessoa correndo) já podem ser fatais, não adianta colocar limites superiores a isto se quiserem “proteger vulneráveis”. O mais impressionante é que os argumentos são apresentados sem nenhuma fundamentação técnica, não é mostrada nenhuma evidência estatística da correlação entre os acidentes alegados e a velocidade dos veículos. Vai haver, isso sim, mais multas, e mais arrecadação.

O estereótipo do “brasileiro cordial” é verdadeiro, em parte devido ao desconhecimento dos seus direitos e do respeito que lhe é devido como cidadão – desta forma, ele fica vulnerável aos “espertos” e às “autoridades” em geral, que se aproveitam disso. A exploração do motorista brasileiro é apenas a ponta do “iceberg”.

Como disse Cícero, e poderíamos parafrasear agora:
“Quousque tandem abutere, Catilina, patientia nostra?”

Por Ronaldo de Breyne Salvagni
Professor Titular e Coordenador do
Centro de Engenharia Automotiva da Escola Politécnica da USP
Conselheiro da Associação Brasileira de Engenharia Automotiva
Dezembro de 2014

Sobre o autor
  • google-share
Anterior

Estudantes da USP fazem corrida com carrinhos de Rolimã

Próximo

2ª Conferência USP Engenharia reúne especialistas dos EUA, França e Alemanha

  • Notícias
    • PME na imprensa
    • Artigos de Professores
    • Prêmios
  • Eventos

Notícias por Categoria

Busca

Notícias por categoria

© - Departamento de Engenharia Mecânica da Escola Politécnica da Universidade de São Paulo - 2023
We use cookies on our website to give you the most relevant experience by remembering your preferences and repeat visits. By clicking “Accept All”, you consent to the use of ALL the cookies. However, you may visit "Cookie Settings" to provide a controlled consent.
Cookie SettingsAccept All
Manage consent

Privacy Overview

This website uses cookies to improve your experience while you navigate through the website. Out of these, the cookies that are categorized as necessary are stored on your browser as they are essential for the working of basic functionalities of the website. We also use third-party cookies that help us analyze and understand how you use this website. These cookies will be stored in your browser only with your consent. You also have the option to opt-out of these cookies. But opting out of some of these cookies may affect your browsing experience.
Necessary
Sempre ativado
Necessary cookies are absolutely essential for the website to function properly. These cookies ensure basic functionalities and security features of the website, anonymously.
CookieDuraçãoDescrição
cookielawinfo-checkbox-analytics11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Analytics".
cookielawinfo-checkbox-functional11 monthsThe cookie is set by GDPR cookie consent to record the user consent for the cookies in the category "Functional".
cookielawinfo-checkbox-necessary11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookies is used to store the user consent for the cookies in the category "Necessary".
cookielawinfo-checkbox-others11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Other.
cookielawinfo-checkbox-performance11 monthsThis cookie is set by GDPR Cookie Consent plugin. The cookie is used to store the user consent for the cookies in the category "Performance".
viewed_cookie_policy11 monthsThe cookie is set by the GDPR Cookie Consent plugin and is used to store whether or not user has consented to the use of cookies. It does not store any personal data.
Functional
Functional cookies help to perform certain functionalities like sharing the content of the website on social media platforms, collect feedbacks, and other third-party features.
Performance
Performance cookies are used to understand and analyze the key performance indexes of the website which helps in delivering a better user experience for the visitors.
Analytics
Analytical cookies are used to understand how visitors interact with the website. These cookies help provide information on metrics the number of visitors, bounce rate, traffic source, etc.
Advertisement
Advertisement cookies are used to provide visitors with relevant ads and marketing campaigns. These cookies track visitors across websites and collect information to provide customized ads.
Others
Other uncategorized cookies are those that are being analyzed and have not been classified into a category as yet.
SALVAR E ACEITAR